Menos de 24 horas após a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Canindé, o cenário político sofreu uma reviravolta: o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão do Ministro Luiz Fux, restabeleceu a presidência da vereadora Karlinda Coelho, cassando a decisão anterior da Justiça cearense que havia afastado a parlamentar do cargo por suposta inconstitucionalidade em sua reeleição.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira (17 de abril) e atende a uma Reclamação Constitucional (RCL 78.316) impetrada pela defesa de Karlinda, que argumentou que sua primeira eleição à presidência da Câmara, ocorrida em 1º de janeiro de 2021, não pode ser considerada para fins de inelegibilidade, uma vez que antecede o marco temporal de 07/01/2021, fixado pela jurisprudência do próprio STF.
Na fundamentação, o Ministro Luiz Fux ressaltou que o entendimento do STF, firmado em diversas ADIs e na ADPF 959, estabelece que eleições ocorridas antes de 07 de janeiro de 2021 não podem ser contabilizadas como mandatos consecutivos para fins de vedação de reeleição. Sendo assim, o terceiro mandato de Karlinda Coelho à frente da Câmara de Canindé passa a ser juridicamente legítimo.
"JULGO PROCEDENTE a reclamação, para cassar a decisão proferida pelo JuÃzo da 2ª Vara CÃvel da Comarca de Canindé, restabelecendo a validade da eleição para a presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Canindé/CE", afirmou o ministro na decisão.
A decisão determina ainda a intimação pessoal do Ministério Público do Estado do Ceará, que havia sido o autor da Ação Civil Pública contra Karlinda.
A reviravolta acontece menos de um dia após a eleição da nova Mesa Diretora, liderada pelo vereador Dudu do Geladão, em chapa intitulada “Avança com Equilíbrio”. A nova composição havia sido aprovada por 11 votos favoráveis e prometia estabilidade institucional para o biênio 2025-2026.
Com o retorno de Karlinda Coelho à presidência, a validade da eleição da nova Mesa entra em xeque. Há dúvidas sobre a continuidade da composição recém-eleita, e os bastidores da política canindeense já fervilham com especulações sobre possíveis rupturas de alianças e novos embates judiciais.
O episódio evidencia a fragilidade institucional e a tensão constante entre os Poderes Judiciário e Legislativo em Canindé. A instabilidade jurídica, com decisões que se anulam em menos de 24 horas, reforça a percepção de que as disputas políticas locais extrapolaram o campo do diálogo e migraram para a esfera judicial.
O retorno de Karlinda Coelho pode gerar reações da base de apoio que articulou a eleição da chapa Avança com Equilíbrio, especialmente de nomes como Dudu do Geladão, Ernane Chaves e Professora Lorena, que agora veem seus cargos na Mesa ameaçados.
Também se projeta um cenário de forte embate político dentro do plenário da Câmara, com possíveis rupturas de alianças, trocas de posicionamento e instabilidade nas votações legislativas.
A pergunta que se impõe é: a base da ex-presidente — agora reconduzida — ainda está intacta? Ou novas articulações já terão se formado nos bastidores?
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